9-11 Febrero 2026 USP - São Paulo (Brasil)

paneles aceptados - painéis aceitos

A Imagem da Amazônia em Disputa: Ecosemiótica e Tradução Visual Antes e Depois da IAG

Maurício Zouein  1, *, @  Clotilde Perez  2, @  

1 : Universidade Federal de Roraima

2 : Universidade de São Paulo = University of São Paulo

* : Auteur correspondant


Sob a coordenação dos professores Maurício Zouein (UFRR) e Clotilde Perez (USP), este painel investiga a imagem como campo de batalha semiótico na Amazônia. “Antes” da IAG, a tradução intersemiótica do ecossistema em imagem era um processo culturalmente situado: de um lado, a arte indígena, os grafismos corporais e as narrativas visuais que compõem a imagem da Amazônia; de outro, a fotografia documental, as imagens de satélite e as representações midiáticas que constroem uma imagem sobre a Amazônia. O painel analisa como esses regimes visuais distintos moldam a percepção das crises climática e cultural. “Depois” da IAG, surge um novo ator capaz de gerar imagens sintéticas em escala massiva. Questionamos: como a IAG traduz visualmente a Amazônia? Sem uma curadoria cuidadosa, a IAG tende a reforçar estereótipos exóticos e visões coloniais, gerando uma “hiper-imagem” que pode ofuscar a complexidade local? Propomos uma reflexão ecossemiótica sobre este modo de produção de imagens, explorando o potencial da IAG para, em vez de apagar, traduzir visualmente a riqueza dos sistemas de signos amazônicos — desde dados climáticos complexos até a delicadeza de um padrão artístico indígena.

 

 

Intersemiotic Translations in Games and XR: The Ludic Attitude Between Therapeutic Mediation, Identity Experimentation, and interreal translations

Enzo D'armenio 1* @  Everardo Reyes-García  2, * @Gustavo Moreira Kares  3 *, @ 

1 : Université de Lorraine

Université de Lorraine, Université de Lorraine

2 : Université Paris 8

Université Paris 8 - Vincennes - Saint-Denis, Université Paris 8 Vincennes-Saint-Denis

3 : Tampere universities

* : Auteur correspondant


This panel examines the role of ludic practices across gameful media: from video games and extended realities (or XR, which include technologies such as Virtual or Augmented Reality) to interactive visualizations mediated by computational algorithms. These ludic practices can be defined as sites where meaning is negotiated and translated, and as a field for identity experimentation and social action.

Building on the distinction between game objects and the ludic attitude, we treat the latter as the ability to act within a practical situation by invoking the identity roles and behavioral scripts of another practice, in an overarching process of co-schematization between the two situations. Singing into a fork at the dinner table turns it into a simulacrum of a microphone, inviting others to recognize and adopt the same attitude. The ludic attitude is therefore not confined to entertainment; it can be articulated across other social spheres. Applied to visual media, this attitude operates by translating gestures into icons, rules into diagrams, and feedback into visual traces.

Starting from this framework, the panel explores three axes: epistemology, interactive mediation, and translationality.

Epistemology. Games challenge traditional discursive analysis based on textual and phenomenological immanence, and call for alternative approaches to how meaning is negotiated in experience. How do menus, maps, avatars, and screens steer perception, enunciation and communication during ongoing ludic practice? We invite contributions using semiotic and digital humanities methods (e.g., cultural analytics of images, video annotation, interface walkthroughs, games studies analysis) to examine how games based on visual and interactive organizations reconfigure identity.

Interactive mediation in social and health contexts. From biofeedback graphs in rehabilitation to persuasive infographics in awareness campaigns and serious games, ludic practices build meaning through pictures, diagrams, and interface affordances. We welcome design-led and analytic contributions on therapeutic game design, gamified health dashboards, and visual communication for social action.

Translationality. Intersemiotic translations in games and XR often require signs to move across different perceived realities – including augmented reality such as Pokémon Go and virtual realities such as the Metaverse. These translation processes of objects, spaces, and subjects across different planes require specific transformations related to digitization, rendering, and adaptation. Using virtual reality technology to sing into a digital fork, engages simultaneously with a ludic attitude and a virtual recreation – combining two different types of “unreality”. We invite contributions that account for those translational and semiotic operations across different realities, from multiple disciplinary angles, that will contribute to the evolution and understanding of what lies beyond this type of translation.

 

 

Narrativas fotográficas: práticas narrativas e sensíveis em diferentes suportes

Daniela Nery Bracchi  1, *, @  , Greice Schneider  2, @  

1 : Universidade Federal de Pernambuco [Recife]

2 : Universidade Federal de Sergipe

* : Auteur correspondant


Este simpósio propõe discutir a fotografia no campo expandido da tradução intersemiótica, com ênfase na produção de narrativas fotográficas. O objetivo é analisar como diferentes estratégias de edição, montagem e design gráfico articulam narrativas visuais que exigem leitura sensível e interpretativa por parte do público, e como essas estratégias dialogam ou colidem com as possibilidades abertas pelas tecnologias de inteligência artificial generativa. Neste contexto, o fotolivro é uma importante forma de narrativa fotográfica, articulando decisões narrativas e estéticas que operam uma tradução sensível do mundo. 

Com base em abordagens semióticas, interessa-nos observar os sentidos construídos pela imagem tanto em sua produção digital quanto em sua associação material no espaço da página e do livro, criando sequências, ritmos e significados que não são apenas visuais, mas também táteis, temporais e relacionais.

Interessa ao simpósio debater tanto as estratégias tradicionais de enunciação fotográfica quanto as novas formas de tradução e montagem imagética promovidas por tecnologias de IA generativa, que reposicionam o papel do autor, do editor e do leitor na narrativa visual. Como as estratégias autorais de produção de imagens e narrativas fotográficas dialogam com os fluxos algorítmicos? De que modo a inteligência artificial interfere (ou não) na lógica narrativa e na materialidade das publicações visuais? Quais os limites entre cocriação, curadoria e autoria nesse novo cenário?

Serão bem-vindas pesquisas que articulem teoria e análise de obras, experiências curatoriais, processos artísticos e práticas educacionais que pensem a narrativa fotográfica (incluindo o livro de fotografia) como campo crítico de tradução intersemiótica na contemporaneidade.

 

 

Intersemiotic Translations of Heritage and Cultures in Tension: Human and Generative Approaches

Marta Severo  1, *, @  Everardo Reyes * , @

1 : Université Paris Nanterre

Université Paris Nanterre, Nanterre

* : Auteur correspondant


Heritage and cultural objects are marked by intercultural tensions. Toppled statues, monuments removed from public space, traditions or objects challenged for their colonialist, sexist, racist, or antisemitic dimensions: signs of a once-consensual legacy in conflict with the pluriverse of contemporary values. These reassessments do not always lead to destruction; they open the way to strategies of recontextualization, mediation, and circulation aimed at transforming the meaning of an object or a practice.

Intersemiotic translation, understood here as the passage from one language to another (verbal, visual, auditive, interactive), serves as a way to examine these processes. Explanatory plaques, audiovisual installations, performances, virtual or augmented reconstructions: such interventions reconfigure how contested cultural and heritage objects are received and inscribe them within new narratives. As these interventions circulate across different media, they produce multisemiotic representations that fuel social debate around heritage and culture.

Generative media amplify long-standing practices for tasks such as reimagining monuments in reconstructed historical contexts, simulating alternative uses and settings, and confronting contested objects with visual worlds that reveal their tensions. By multiplying variations and hybridizing styles, generative media transforms the temporality, the scale, and the style of these intersemiotic translations and raises ethical questions about authenticity, manipulation, and appropriation.

This panel invites scholars and practitioners to explore both traditional and generative uses of intersemiotic translation in the representation and resemanticization of heritage and cultural objects within a context of augmented heritage, in order to analyze its creative potential and social implications.

 

Interação algorítmica nas práticas comunicacionais

Marc Barreto Bogo  1, *, @  Carlos Alfeld Rodrigues  2, @  Henrique Da Silva Pereira  3, @  João Batista Simon Ciaco  4, @  

1 : UPM / CPS

2 : PUC-SP / CPS

3 : UNESP / CPS

4 : ESPM / CPS

* : Auteur correspondant


A incorporação de ferramentas de inteligência artificial generativa no processo de trabalho de publicitários, designers, comunicadores e estrategistas de marca vem alterando o modo como esses actantes interagem com as ferramentas tecnológicas, entre as equipes, com os parceiros comerciais e com o público. Os algoritmos alteram certas lógicas que já estavam bem consolidadas nesses campos profissionais, reconfigurando processos estratégicos e criativos. Na publicidade, por exemplo, as IAs estão presentes desde o atendimento e estratégia até a execução criativa e veiculação das peças; no design, ferramentas de IA generativa vêm sendo incorporadas nos softwares gráficos profissionais, acelerando o processo criativo; no audiovisual, IAs possibilitam a criação veloz de cenas com cenários, personagens, vozes e som ambiente; na comunicação de marca, as brand personas operam via IA reorganizando a interação entre as marcas e seus públicos; e assim por diante. Esses atravessamentos da inteligência artificial reconfiguram práticas e sentidos dentro do planejamento e da criação de produtos comunicacionais que acarretam em mudanças nos processos de interação entre sujeitos. O objetivo deste painel é investigar as práticas profissionais de planejamento, criação, execução e implementação de produtos comunicacionais dos campos da publicidade, design, audiovisual, branding e áreas afins. O painel acolherá análises da visualidade e dos regimes de interação e sentido em estudos de caso, em discursos comunicacionais que explicitamente apresentam relação com IAs, em práticas profissionais de criação e nas próprias interfaces das ferramentas algorítmicas. A abordagem teórico-metodológica preferencial é a da sociossemiótica, desdobramento da semiótica discursiva de A. J. Greimas, apoiada nos regimes de interação, risco e sentido de E. Landowski, nos estudos da estesia de A. C. de Oliveira, assim como nos estudos da plasticidade e figuratividade iniciados por J.-M. Floch e F. Thürlemann.

 

 

Speech registers, visual registers and enunciative praxis: between linguistic anthropology and semiotics

Enzo D'armenio  1, *, @  Constantine V. Nakassis  2, *, @  

1 : UFR Sciences humaines et sociales - Metz [Université de Lorraine]

Université de Lorraine

2 : University of Chicago

* : Auteur correspondant


This panel explores the intersection between enunciative praxis, as developed by the post-generative semiotics of the Paris School, and semiotic registers, as studied in North American linguistic anthropology. 

Enunciative praxis is generally understood to go beyond the traditional dichotomy of linguistic phenomena into two modes of existence: the virtual system of language (langue) and the utterances (parole) produced through it. Instead, it shifts the focus to collective and historical enunciations, conceiving the linguistic system as a provisional, ever-evolving outcome rather than an invariable starting point. From this perspective, the temporal and collective sedimentation of enunciations shapes semiotic configurations through the “syntax” of four modes of existence—virtualized, actualized, realized, and potentialized—rather than only two. Yet, the role of virtual and potential configurations remains to be clarified, and is often framed through broad notions such as genres, stereotypes, and norms.

In this respect, the concept of register from linguistic anthropology offers a valuable lens for examining this process of collective schematization. As Asif Agha defines it, a register is a socially typified and recognizable way of speaking—or more broadly, of using signs—often identified through a metadescription (e.g., children’s language, military speech, legal jargon). The convergence with enunciative praxis concerns the processes through which registers emerge and circulate socially: it is the process of enregisterment that stabilizes a way of speaking (a register) associated with types of persons and social domains.

Building on this theoretical convergence, the panel invites contributions that address, among others, the following questions:

  • What is the relationship between registers, norms, and modes of existence?
  • How can we approach the study of visual or multimodal registers, such as those pertaining to an artist’s style or a film director’s work?
  • How do verbal and visual enunciations interact in the collective stabilization of a register?
  • What is the relationship between registers and social identities, whether they belong to public figures such as politicians and actors, or to ordinary people?
  • Can we speak of registers in relation to generative AIs that produce verbal and visual utterances?

 

 

IA génératives et esthétiques religieuses et spirituelles

Lionel Obadia  1, @  Maria Giulia Dondero  2, *, @  

1 : Université Lumière Lyon 2  (UNIV LYON 2)  -  Site web

Université Lumière - Lyon II

86 rue Pasteur 69007 Lyon -  France

2 : Université de Liège, Centre de Sémiotique et Rhétorique, Place Cockerill 3-5, 4000 Liège (Belgique)

* : Auteur correspondant


Ce panel s'intéressera à la manière dont les IA génératives transforment la sémiose, la genèse du sens, les mutations des configurations figuratives, de symbolisme et de la circulation des images relatives au sacré et à l'irrationnel, engendrant de nouvelles traductions du sens de la spiritualité dans le cadre des nouvelles matérialisations (figuratives) et matérialités (technologiques) des registres esthétiques et des répertoires sémiotiques qui sont nés de la révolution pictoriale et visuelle de l'IA. Il sera ici question d'interroger, sur la base de cas concrets d'images produites par des IA génératives :

- Les écarts entre les esthétiques / stylistiques d'images traditionnelles et celles générées par IA notamment text-to-image (volume, clair-obscur, chromatisme, contours des formes, composition, mais aussi cadrage et scénarisation des vidéos) partant des continuités et ruptures des imaginaires et des systèmes symboliques au prisme desquels elles font sens ;

- Dans quelle mesure les hybridations stylistiques de ces productions ne sont que le reflet statistique d'un ensemble de croyances que les algorithmes traduisent, ou si elles naissent d'une matrice esthétique générée par les IA ;

- Les espaces de création, d'entrepôt et de diffusion des images, et la manières dont ils configurent les circuits et la circulation des productions esthétiques générées par IA ;

- Enfin, les phénomènes de réception et les impacts sur les manières dont les traditions religieuses ou spirituelles élaborent leur propre esthétique figurative inspirée par l'AI, en parallèle de changements mesurables dans les imaginaires culturels modernes, qui se teintent d'influences religieuses ou spirituelles via les IA.

Il est attendu de ce panel de nourrir les réflexions sur la pertinence des regards de l'anthropologie et de la sémiotique sur la révolution esthétique des IA-GEn.

 

 

Tradução intersemiótica nas artes

Ana Claudia De Oliveira  1, *, @  Aldo Quiroga  1, *, @  Bernardo Bessa  1, *, @  Maria Amélia Shimabukuro Costa Levorin  1, *, @  Patricia Vidal  1, *, @  

1 : Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

* : Auteur correspondant


O painel tem a proposição de examinar um rol de procedimentos de tradução intersemiótica nas artes de diferentes tipos de conflitos externos e internos vivenciados pelos sujeitos criadores em seus enfrentamentos do mundo configurados quer na arte da fotografia, quer na do audiovisual, quer nas artes visuais e performáticas que serão examinados pelas relações entre plano da expressão e plano do conteúdo de um conjunto de obras escolhidas. Interessa-nos compreender os mecanismos de “fazer sentir” (apreensão) e ‘ter sentido (leitura)” sistematizados por Landowski e os trânsitos entre sensível e inteligível, para entender como no conjunto de obras escolhidas os mundos de vivências são transpostos em manifestações mais figurativas ou mais expressivas. Examina-se como nessas os arranjos mais centrados na expressão mais fazem o enunciatário atuar participativamente na vivência com os sentidos, conduzindo-os a viver pelos enunciados distintos com mais intensidade a presença mesmo da ocorrência do mundo natural. Enquanto as manifestações mais figurativas convocam mais o intelecto para operar pela inteligibilidade na construção do sentido. Os tipos de tradução do sistema do mundo natural em sistemas semióticos ou intersemióticos variam pelos arranjos apoiarem-se mais nos componentes figurativos ou mais nos componentes plásticos, rítmicos e estésicos. Enquanto os primeiros convocam mais o reconhecimento dos efeitos de sentido, os segundos promovem o sentir a presença mesma do objeto estesicamente. Na perspectiva semiótica, os modos de transitar de um sistema da expressão a outro, mostram como os princípios estéticos são explorados figurativa ou plasticamente e como essa organização faz ser a obra poética na sua densidade estésica, que faz sentir o sentido com os sentidos. O conjunto das obras analisadas é para nos permitir tecer comparações entre os tipos de organização discursiva.

 

 

From Function to Conjunction: Artistic QR Codes as Intersemiotic Translation and Persuasion Operators

Nayara Christina Herminia Carrijo  1, @  

1 : Independent Researcher


Two-dimensional codes (QR codes) scannable by mobile devices have become ubiquitous since the 2010s. With the 2020 pandemic, a shift in their regimes of relevance (Zinna) can be observed: from strictly functional devices, they have come to be figurativized, acquiring aesthetic, symbolic, and narrative value through shapes, colors, and textures. Embedded in advertising and cultural contexts, these artifacts mobilize visual and affective strategies that operate as forms of persuasion in contemporary visual culture. This study analyzes an artistic QR code produced by the group ELKOY for the French movement Habitat et Humanisme, viewing it as a hybrid semiotic operator capable of shifting regimes of relevance and fostering voluntary adherence. The methodology draws on Greimas, Floch, and Fontanille. We begin by examining the structural constraints of the functional QR code, the linked digital content, and the plastic elements that constitute its figurativization. The study engages with Jakobson's notion of intersemiotic translation by considering the artistic QR code in its transformation from a technical code into a visual text. The enunciative gesture transforming the code-object into a figurativized code is conditioned by pre-existing elements, such as its modular structure and the encoded content, which, as they pass through textualization, redefine the QR code's aesthetic and symbolic readability. To account for this earlier stage, we propose the concept of a pre-figurative instance, situated prior to the textualization instance (Hjelmslev), in which technical and cultural pertinences are already articulated, delimiting the figurative and discursive horizon of the artifact. By integrating semiotics, visual culture, and technical analysis, we aim to understand how these objects shift from a utilitarian function to aesthetic interpellation, embodying tensions between technique and language, utility and imagination, beauty and capture.

 

 

Semiótica e Inteligência Artificial a partir do Sul Global

Leticia Moraes  1, *, @  Silvia Sousa  2, *, @  

1 : Universidade Federal da Paraiba / Federal University of Paraiba

2 : Universidade Federal Fluminense [Rio de Janeiro]

* : Auteur correspondant


Na última década, com o surgimento de diversas teorias do discurso semiótico — entre outras abordagens semióticas — fomos convocados a enfrentar os desafios colocados que aceleraram o desenvolvimento da tecnologia digital e, mais recentemente, dos sistemas de inteligência artificial (IA). Em diferentes contextos, os semioticistas também reconhecem a importância de compreender esse fenômeno criticamente; continuam, por onde passam, a consolidar um campo da reflexologia epistemológica que demanda muitos estudos. Nesse contexto, o simpósio propõe-se a reunir pesquisas que investiguem as assimetrias semióticas entre o Norte e o Sul Global, com especial atenção às práticas mediadas por modelos de IA, big data e algoritmos, que incluem, por exemplo, o pagamento de especificidades culturais regionais, o desejo por crianças e a reprodução de representações visuais estereotipadas. Pretende-se fomentar a discussão sobre estratégias de apropriação e resistência cultural na América Latina e no Sul Global, a partir do estudo de metodologias semióticas e discursivas aplicadas à análise de objetos — visuais, verbais e sinceros — produzidos pela IA; à construção de conjuntos de dados regionais; e da experimentação e análise de modelos desenvolvidos fora dos centros hegemônicos. O simpósio se constitui, dessa maneira, como um espaço de debate teórico e analítico sobre as implicações da IA para a tradução intersemiótica, articulando-as às epistemologias do Sul Global. Busca-se: (i) criar um ambiente colaborativo para o desenvolvimento de uma semiótica aplicada à inteligência artificial; (ii) propiciar um olhar crítico sobre as disparidades Norte–Sul no processo de dataficação e no desenvolvimento dessas tecnologias; e (iii) discutir o papel dos(as) semioticistas e analistas dos discursos, das mais diversas vertentes, nesse cenário. Propomos abordar, entre outros temas, IA, big data, metadados e tradução intersemiótica em áreas como política, jornalismo, educação, audiovisual e arte.

 

 

Por uma semioética: reflexões sobre hegemonia, inovação tecnológica e produção maquínica de imagens

Matheux Schwartzmann  1, @  

1 : Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho = São Paulo State University


O presente simpósio tem por objetivo trazer para o debate dos estudos de semiótica visual questões relativas à ética da produção automatizada de imagens, no ambiente do referencial teórico da semiótica discursiva. Reconhecendo que a geração de imagens a partir de prompts funciona como uma tradução intersemiótica, subsumida a valores sociais que as IAs generativas replicam sem qualquer controle das pessoas que as operam, queremos compreender como os valores hegemônicos aí se organizam. Assim, pretende-se descrever o funcionamento do viés algorítmico na relação de usabilidade da máquina, que leva tanto à (re)produção massiva de estereótipos culturais, com a consequente minoração ou apagamento de identidades não-hegemônicas, quanto à produção do que podemos chamar de texto enviesado, que participa, com veículo de fake news, da atual crise de representação da realidade. Nesse sentido, o simpósio apresenta quatro caminhos de reflexão: (1) colocar em xeque noções como verdadeverossimilhançaveridicção e realidade, criticando uma certa ética do idealismo que domina a prática da análise semiótica de tradição europeia, ao se supor que ela poderia resultar de uma “aplicação ideal” (Cf. Portela, 2008); (2) redimensionar a atividade científica como lugar de embate entre os valores sociais e os próprios valores de quem analisa, sem ignorar o impacto dos objetos analisados na vida social (Cf. Schwartzmann; Corrêa, 2023), reconhecendo que não existe um “grau zero” da análise (Cf. Schwartzmann, 2024); (3) discutir o estatuto do texto visual maquínico (Cf. Genette, 1994 e Goodman, 2006) produzido pelo gesto tradutório; (4) refletir sobre os direitos humanos e a responsabilidade ética do fazer do semioticista no combate ativo ao reforço de estereótipos sociais, questionando o papel da inovação tecnológica na percepção sobre as identidades sociais – incluindo gênero, raça, classe e nacionalidade, por exemplo – para que esta não sirva de instrumento para a opressão e a desinformação.

 

 

Semiótica no consumo algorítmico contemporâneo: uma mirada a partir do GESC3 (ECA USP)

Silvio Koiti Sato  1, *, @  

1 : Universidade de São Paulo = University of São Paulo

* : Auteur correspondant


As práticas comunicacionais ligadas à publicidade e às marcas se constituíram há tempos como um terreno privilegiado para a investigação semiótica e para o entendimento de práticas de consumo, centrais na existência do indivíduo contemporâneo e com impactos ampliados para além dos aspectos econômicos e mercadológicos, afetando a sociedade como um todo. Pesquisas desenvolvidas no âmbito do GESC3 (Grupo de Estudos Semióticos em Comunicação, Cultura e Consumo), grupo de pesquisa vinculado à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA USP) demonstram como os signos de marca funcionam como operadores culturais complexos, atravessados por discursos sociais, políticos e mercadológicos.

Atualmente, com o advento de novas tecnologias digitais como as inteligências artificiais generativas (IAG) que atuam como coprodutoras de novos e infinitos signos, uma miríade de expressividades marcárias apresenta-se no cotidiano na forma de identidades visuais, embalagens, textos, imagens, músicas, conteúdos audiovisuais e ambientes físicos e virtuais, potencializando relações, performances, experiências e significados compartilhados. Tudo isso torna o cenário do consumo ainda mais complexo do ponto de vista sígnico, tensionando relações e instaurando novas estéticas, éticas e lógicas, já que a dimensão algorítmica introduz camadas inéditas de sentido, nas quais autoria, originalidade e limites tornam-se problemáticas centrais e ainda pouco claras.

O painel propõe discutir este cenário, a partir de discussões teóricas e materialidades na forma de casos concretos de marcas, campanhas e práticas de consumo, sobretudo no contexto brasileiro. Busca-se refletir sobre os impactos e perspectivas futuras com a estetização algorítmica do cotidiano e tem como objetivo contribuir para um olhar, a partir da semiótica, que situe a publicidade, a comunicação de marcas e as práticas de consumo como espaços privilegiados para o entendimento da sociedade e seus desafios.

 

 

Traduções Intersemióticas em Ecossistemas Híbridos – Linguagens, Corpos e Algoritmos para Transformação Social

Antonio Roberto Chiachiri Filho  1 @  

1 : Universidade Metodista de Sao Paulo  (UMESP)  -  Site web 

Rua do Sacramento, 230 - SBC - SP - -  Brésil


Este painel investiga as interfaces intersemióticas entre linguagens textuais, simbólicas, gestuais e visuais na era da IA Generativa. Parte da noção de ecossistemas híbridos — do corpo ao algoritmo — para compreender como a confluência de vozes humanas e processos automatizados gera novos modos de significação, especialmente em contextos científicos, culturais, educativos e socioambientais. A emergência da IA Generativa tem reformulado práticas de produção, desafiando fronteiras entre criador e máquina e abrindo possibilidades inéditas para a tradução intersemiótica. O painel propõe discutir projetos que:

  • exploram autoria humano–máquina em suas narrativas;
  • propõem diretrizes éticas e semióticas para garantir representatividade de comunidades vulneráveis em ecossistemas digitais;
  • avaliam o impacto social dessas narrativas híbridas em ações de educação popular, ativismo socioambiental e fortalecimento de laços intergeracionais.

 

Serão acolhidos trabalhos que abordam temas como:

  • performances gestuais e realidade virtual em diálogos entre memória e/ou dados climáticos;
  • algoritmos criativos na conversão de sensores ambientais em instalações multimídia;
  • curadoria de conteúdo gerado por IA com foco em justiça social e inclusão educacional;
  • narrativas transmidiáticas que conectam textos literários, podcasts e projeções generativas com recursos de semiótica visual;
  • metodologias participativas para mensurar mudanças de percepção e comportamento em audiências diversas.

Pretende-se criar um espaço interdisciplinar para troca de metodologias, práticas e reflexões críticas, fomentando pesquisas com impacto social, usando semiótica, comunicação e educação como vetores de transformação, ampliando a escuta de sujeitos historicamente marginalizados diante dos desafios contemporâneos.

 

 

Las traducciones intersemióticas del espacio: prácticas artísticas e interactivas en la era de la inteligencia artificial generativa

Cristina Voto  1, *, @  Enzo D'armenio  2, *, @  Aluminé Rosso  3, 4, *, @  

1 : University of Turin

2 : UFR Sciences humaines et sociales - Metz [Université de Lorraine]

Université de Lorraine

3 : Université de Liège

4 : Université Lumière - Lyon 2

Université Lumière - Lyon 2

* : Auteur correspondant


La aparición de las herramientas reunidas bajo el rótulo de inteligencia artificial generativa (IAG), así como la multiplicación de las prácticas digitales interactivas, han transformado profundamente las modalidades de producción, circulación y recepción de los discursos visuales. Desde las experiencias artísticas basadas en realidad aumentada hasta los videojuegos, pasando por los archivos imaginarios creados con modelos como Midjourney o Stable Diffusion, estas producciones contemporáneas ponen de manifiesto la complejidad —y la necesidad de una revisión— de sus instancias enunciativas, especialmente en lo que refiere a sus dimensiones espaciales y temporales.

En este contexto, este panel propone tres ejes de análisis:

1. Los espacios latentes de la IAG, donde se configura un nuevo régimen de significación, en el que la vectorización, la estadística y la aleatoriedad operan como agentes de sentido. La opacidad de los modelos y la creatividad maquínica tensionan y redistribuyen la agencia humana, instaurando formas inéditas de producción visual y de enunciación algorítmica.

2. Las prácticas digitales interactivas, como los videojuegos y las experiencias inmersivas, que instituyen formas de co-enunciación entre humanos y entidades digitales, y modelan regímenes inéditos de experiencia y subjetividad.

3. Las prácticas artísticas co-realizadas con la IAG, en las que la colaboración entre agentes humanos y no humanos redefine los marcos de exposición y la recepción de las obras, transformando los roles de los actores en el dominio del arte.

El objetivo es explorar las maneras en que la IAG y las prácticas digitales transforman las imágenes, los discursos y los lenguajes, exigiendo dispositivos metodológicos capaces de analizar estos nuevos espacios de sentido, así como las prácticas híbridas que generan.

 

 

Traduzindo a alteridade: construção, representação e tradução intersemiótica de imigrantes e refugiados

Alexandre Marcelo Bueno  1, *, @  Alexandre Provin Sbabo  2, @  

1 : Universidade Presbiteriana Mackenzie

2 : Université Paris-Est Créteil (UPEC)

Universidade de São Paulo

* : Auteur correspondant


As imagens sobre a imigração e sobre os imigrantes e refugiados têm uma história que se confunde com a história mesmo de grandes movimentos societais. Sejam os registros históricos da chegada dos primeiros imigrantes em uma determinada nação, sejam imagens que mostravam a prática cotidiana dos imigrantes e refugiados, há um leque de possibilidades de registros sobre a presença da alteridade. As imagens podem ainda apresentar, diacronicamente, mudanças de comportamento, resistências e tendências de aproximação ou distanciamento em relação à cultura hegemônica da sociedade de acolhimento. Uma outra possibilidade de se pensar na representação visual dos imigrantes e refugiados é por meio de discursos sincréticos, nos quais há uma relação de complementariedade ou de contrariedade em relação ao conteúdo da linguagem verbal de reportagens, além dos impactos das imagens de imigrantes que foram malsucedidos em uma tentativa de atravessar fronteiras terrestres ou marítimas. Assim, representações de imigrantes e refugiados também desenvolvem discursos sobre tragédias e as imagens têm um impacto particular nesse tipo de acontecimento, sendo utilizadas como instrumentalização política ou como estratégia passional. Com a democratização das plataformas de IA dedicadas à geração de imagens, constata-se uma emergência de diferentes possibilidades de construções de imagens de imigrantes e refugiados. O presente painel acolherá trabalhos que discutam a representação visual dos imigrantes e refugiados em diferentes contextos sociais e momentos históricos. Além disso, visa-se também a discutir como a IAG constrói, representa e traduz a imagem da imigração na contemporaneidade, assim como as possíveis novas formas de apropriação e instrumentalização destes discursos imagéticos. Espera-se, assim, contribuir para os debates sobre os limites éticos, morais, sociais e culturais sobre o uso de plataformas de geração de imagens na construção e na tradução das representações da alteridade.

 

 

A mediação algorítmica das interações intersubjetais

Vinícius Novais  1, @  Luiza Eltz  1, @  Marcelo Sousa De Assis  1, @  Mauri Oliveira  1, *, @  André Pinto Alves Campos Vieira  1, *, @  Yasmin Grings  2, *, @  

1 : Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

2 : Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

* : Auteur correspondant


O painel se propõe a examinar redes que medeiam as interações intersubjetais por meio da ação de seus algoritmos nas plataformas. Alterando, assim, o regime de interação, tal qual estabelecido por Landowski, que se estabelece entre os sujeitos. Essa alteração será exemplificada em diferentes objetos: as interações românticas por meio dos aplicativos de relacionamento; o debate político estabelecido nos chats de canais de notícias no YouTube; no caso de pessoas que depositam depoimentos em obituários digitais, em uma interação entre o enlutado, seus pares e o falecido; a interação entre as rádios e seus ouvintes, a partir do contato entre os locutores e o público que envia cartas e mensagens; a interação entre as bets e seus usuários, mediada pelos aplicativos que permitem e estimulam os apostadores a apostarem; e a publicidade e seu público diante do uso de IA nas peças publicitárias. Assim, é possível ver como o uso dessas plataformas mediadoras, que lucram com essa mediação na maioria das vezes, altera os regimes de interação e, por vezes, promove inclusive uma mudança na forma como o sujeito vê a alteridade por meio da plataforma, nos remetendo à gramática da alteridade estabelecida também por Landowski.

 

 

Metodologías para observar las discursividades visuales co-producidas con IAG (Inteligencia Artificial Generativa)

Marita Soto  1, @  Gastón Cingolani * , Aluminé Rosso * , @

1 : Unversidad Nacional de las Artes

* : Auteur correspondant


La IA generativa en tanto agente coproductor de discursividades visuales puede ser observada a partir de sus variantes de uso (herramienta de creación, recurso lúdico, fuente de información, organizador de datos, entre otras); en su cualidad de dispositivo complejo que incluye niveles diversos de descripción (materialidad, espacialidad, temporalidad, cuerpo, gestión de contacto); o en tanto salto de escala en la dinámica de la circulación y reapropiación de imágenes. La propuesta es reflexionar o presentar experiencias de indagación y exploración sobre los diferentes niveles de observación de la IA generativa y sobre sus diversas formas de utilización, considerando especialmente el lugar del observador, sea en sus variantes de primer orden, encarnado en las diversas prácticas de los usuarios, sea de segundo orden, encarnado en el trabajo de los analistas del fenómeno. Dependiendo del lugar de observación elegido, puede indagarse el impacto de esta tecnología y sus interfaces en los procesos cotidianos y/o científicos de producción de sentido. El observador, moldeado por la teoría pero también por las herramientas y técnicas puestas en juego en el registro y la descripción del fenómeno, construye su campo de trabajo y toma decisiones acerca de los interrogantes que puede ir respondiendo: los rasgos de las materialidades observadas, el funcionamiento y los productos de la IA generativa, el catálogo de usos, las ficciones dialógicas - no solo en la utilización de la herramienta sino en los análisis de ellas- o las variantes enunciativas de sus interfaces.

 

 

The Political Image in the Age of AI: Semiotic Approaches

Paolo Demuru  1, *, @  Elder Cuevas-Calderon  2, @  

1 : Universidade Mackenzie

2 : Universidad de Lima

* : Auteur correspondant


In May 2025, just days after the death of Pope Francis, U.S. President Donald Trump posted on the social network Truth Social an image depicting himself in papal vestments. AI-generated, the photo sparked widespread debate, prompting academics and journalists to reflect both on Trump's visual discourse (he had previously posted self-portraits dressed as Superman and a video about transforming Gaza into a resort, among other such outlandish images) and on the impact of artificial intelligence on the field of political communication.

Trump's case is but one example among many of leaders, politicians, parties, and movements that have turned to AI to produce and disseminate images and audiovisual content via social media platforms and instant messaging applications such as WhatsApp and Telegram. Indeed, the realms of digital platforms and artificial intelligence are profoundly interconnected. In light of this context, the panel proposes to explore and discuss how semiotics can contribute to understanding contemporary political visual discourse. The profusion of images like those described above, along with others not generated by AI but equally innovative from a communicative standpoint—such as memes, short videos, and TikTok or Instagram reels—is radically transforming the way we experience politics. Digital ecosystems governed by algorithms, automated distribution platforms, and synthetic image generation systems for still and moving images have given rise to a new semiotic universe, the grammar of which remains to be deciphered.

To this end, the panel aims to gather research that, from diverse theoretical and methodological perspectives, critically examines the status of the political image in the new millennium. Topics and issues that may be considered include, but are not limited to:

  • The nature and specific characteristics of contemporary political visual discourse
  • Its relationship with the languages and discursive practices of social media
  • Genres, forms, and formats of current political visual communication (e.g., memes, short-form videos, reels)
  • Links and relationships between image-generating AI and the sphere of political communication
  • Ethical and epistemological challenges arising from the ontological uncertainty of digital images

Thus, the panel intends not only to reflect on the materiality of political images in contemporary society, but also to understand the social, cultural, and technological practices that underlie their production and interpretation. It seeks to create an interdisciplinary space for dialogue, bringing semiotics into conversation with other fields (media studies, political communication, data science, among others) in order to rethink the effects of political images in an era of platformized public debate.

 

 

Autoria, formação docente e tradução intersemiótica: desafios e perspectivas na era da IA Generativa 

Silvane Gomes  1, @  

1 : Universidade Federal de Minas Gerais = Federal University of Minas Gerais [Belo Horizonte, Brazil]


Este painel propõe discutir uma tradução intersemiótica desde suas origens para a formação inicial de licenciados em Letras, destacando a centralidade da autoria e os modos como diferentes sistemas de signos constroem e transmutam significados. Entende-se uma tradução intersemiótica como operação que transfere sentimentos entre as linguagens verbal, visual, musical, gestual ou audiovisual, revelando tanto a especificidade do material de cada língua quanto as possibilidades de escrita e feedback. O advento da Inteligência Artificial Generativa (IAGen) introduz novos horizontes e processos tensos. Modelos como Midjourney, Stable Diffusion e DALL·E permitem gerar mensagens de texto a partir de imagens e imagens a partir de mensagens de texto, problematizando os limites da autoria humana, da originalidade e dos critérios de validação estética, científica e científica. Necessário no contexto, urge refletir sobre a autoria educacional e discente nas práticas de formatação, assim como nos modos de orientar nossos futuros professores de leitura crítica e produção criativa midiática por meio da tecnologia digital. O painel é organizado em quatro eixos complementares: (1) fundamentos teóricos da tradução intersemiótica nas tradições semióticas, ressaltando a autoria como agência criativa; (2) práticas educativas na pós-graduação, explorando experiências multimodais e autoridade conhecedora para construção de identidade profissional; (3) Impacto gerador da autoria, eliminação do risco de diluição da originalidade e possibilidades criativas; (4) comparações entre traduções tradicionais e mídia de IA, com atenção às implicações éticas relacionadas ao plágio, orientações autorizadas e autonomia intelectual. Busca-se, assim, articular teoria e prática, tradição e inovação, acompanhando as potencialidades da IA, mas sem prescindir da valorização da autoria e da agência humana na mediação do conhecimento.

 

Transversal interpretability of fine arts in human lifeworld: Juxtaposing the creative-imaginative and evaluative-emotive foundations of visual semiotics against the implementation of generative artificial intelligence

Zdzisław Wąsik  1, @  Elżbieta Magdalena Wąsik W  2, @  Małgorzata Gamrat  3, @  

1 : WSB Merito University in Wrocław, Poland

2 : Adam Mickiewicz University, Poznań

3 : John Paul II Catholic University of Lublin


This panel is a forum for International Association of Visual Semiotics members who are interested in key concepts, theories, and methods of their domain, encompassing images as investigative objects defined in terms of cultural texts. Their discipline entails the scope of human semiotics, communication studies, art history, artistic design, cultural codes, and related fields. Visual semiotics practitioners are aware that some of their interests are latent or manifest, and visible or intelligible. Some are accessible to cognition, and some depend on assumptions. Artworks constitute artworlds of human lifeworlds. However, visual art originates and is appreciated in the mental realms of its creators and spectators. Knowledge of the essence of art depends on signification and communication, and the meaning of artworks as visual signs of reference or intention underlies subjective interpretation and evaluation. Visual semiotics, a subfield of semiotics, adopts and adapts heterogeneous approaches on a transversal level. This level examines multimodality, intertextuality, intersemioticity, and transmedia storytelling, with a special focus on multiplatform communication and synesthetic perceptions within the visual domain of study. Regarding the 2026 conference topic, prospective participants are invited to familiarize themselves with the recently published book on Translating Human Inner Life In and Between the Arts (2025). Here, the subject matter of debates might encompass differences between the artificially generated intelligence, based on potential data coming from constituents of research questions, and the natural intelligence of human minds, resulting from inductive, deductive, and abductive reasoning. Mental contents come both from abstractions of sensible experiences and intelligible generalizations.

 

 

Climate Change Images: Comparing Human Intersemiotic Translations with AI-Generated Ones

Tiziana Migliore  1, @  Luigi Arminio  2, @  

1 : Università degli Studi di Urbino \'Carlo Bo\'

2 : IT University of Copenhagen


This panel presents and extends the results of a workshop that has been organised in Urbino, during the last September Semiotic Seminars, about how to validate Visual Language Models. On that occasion, 20 experts in semiotics have analysed a corpus of 60 climate-related images. The same dataset has been described by an AI model (e.g., GPT-4 with vision), relying a computational approach to visual description informed by established frameworks in the literature (Arminio, 2024). In a second phase, each participant was presented with the remaining 57 images (excluding the 3 they previously worked on) and asked to evaluate the corresponding descriptions—both human and AI-generated—using a Likert scale to assess perceived relevance and interpretive adequacy. A computational analysis of the collected data has been performed, including similarity measures (e.g., embedding-based cosine distance) between human and AI descriptions, as well as quantitative linguistic metrics (e.g., readability indexes, semantic density, lexical variation). The goal was to explore and understand the differences between AI descriptions and those produced through established practices, such as visual semiotic analysis, specifically in the context of the climate change debate and its representations, and taking into account recent semiotic insights on how AI contributes to meaning-making and creativity (D'Armenio et al., 2024; Dondero et al., 2025).

The IAVS-AISV 2026 Congress gives us the opportunity to compare better AI-generated image descriptions with expert human interpretations, by focusing on the conception of the intersemiotic translation between images and verbal language. We will select some examples of analyses that emerged in Urbino and we will point out what AI and humans are capturing, what they are omitting and neglecting. Human intersemiotic translation implies enrichment and impoverishment of properties (Lotman 1990). Which ways takes AI in this activity?

References

Arminio, L., Rossi, L. (2024). Which reveals ideology better? Comparing self-presentation and public rhetoric in the Facebook climate debate via embeddings analysis. In International Conference on Advances in Social Networks Analysis and Mining (pp. 164-178). Cham: Springer.

D'Armenio, E., Deliège, A., Dondero, M.G. (2024). Semiotics of Machinic Co-Enunciation. About Generative Models (Midjourney and DALL·E). Signata. Annales des sémiotiques/Annals of Semiotics, (15).

Dondero, M. G. (2020). The Language of Images. The Forms and the Forces. Cham: Springer.

Dondero, M. G., Alonso Aldama, J., Leone, M. (2025). Aspects of AI semiotics: enunciation, agency, and creativity. Semiotica, (262).

Greimas, A. J. (1984). Figurative semiotics and the semiotics of the plastic arts. New literary history, 20(3), 1989, 627-649.

Lagopoulos, A., Boklund-Lagopoulou, K., Dondero M.G., Fontanille, J., Walldén, R. (2025). Semiotics of Images. The Analysis of Pictorial Texts. Berlin: De Gruyter.

Lotman, Ju.M. (1990). Universe of Mind. A Semiotic Theory of Culture. Bloomington and Indianapolis: Indiana University Press.

Migliore, T. (2018). I sensi del visibile. Immagine, testo, opera. Milan: Mimesis.

Migliore, T. (2021). The Semiotic Method. In Actas del 14. Congreso Mundial de Semiótica IASS-AIS (Buenos Aires, 2019), Trajectorias, volumen 8, Conferencias Plenarias (vol. 8, pp. 185-198). Libros de Crítica. Área Transdepartamental de Crítica de Artes.

 

Grafite, comunicação digital e inteligência artificial no espaço urbano

Tiziana Migliore  1, @  Marc Barreto Bogo  2, *, @  

1 : Università degli Studi di Urbino \'Carlo Bo\'

2 : UPM / CPS

* : Auteur correspondant


Este painel propõe investigar o fenômeno das escritas urbanas, ou seja, dos grafites no sentido amplo de inscrições espontâneas e muitas vezes não autorizadas que surgem no espaço público (conforme Bogo, Migliore, Paris, “Riscrivere le città: semiotica della street art per le politiche sociali”). O painel discute particularmente (1) as relações intermidiáticas com a comunicação digital e (2) os projetos políticos de gestão do grafite por meio do uso de inteligência artificial. Além de examinar os modos como cidadãos e artistas difundem mensagens na rede (hashtags, QR codes, redes sociais etc.), interessa-nos observar as competências da IA nas smart cities em termos do reconhecimento de imagens e da distinção entre arte urbana e “vandalismo”. 

Comunicação urbana e comunicação digital não são âmbitos separados, mas dimensões que se cruzam: hashtags derivam da linguagem dos tags das ruas, a socialização online parece ter reforçado o impulso de escrever mensagens em espaços públicos, multiplicam-se iniciativas de versões digitais e remediações de grafites. A obra “Ghost Over Banksy Alive”, o projeto “Muri puliti popoli muti” e festivais como o “Electronic Language International Festival” ilustram algumas das práticas semióticas em que humanos e máquinas atuam juntos sobre a paisagem urbana. 

O advento da inteligência artificial transforma radicalmente a produção, interpretação e gestão das imagens, com o potencial de modificar também os modos de circulação da street art. Ferramentas algorítmicas podem ser incorporadas na criação de imagens projetadas em superfícies urbanas, enquanto sistemas de visão computacional oferecem instrumentos para observar, catalogar e controlar a presença de grafites nas cidades. Adotando uma perspectiva semiótica, o painel acolherá análises de práticas que envolvam grafite, comunicação digital e inteligência artificial no espaço urbano, assim como reflexões críticas sobre o papel dos algoritmos na detecção e gestão das inscrições urbanas.

 

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